O Mondego é um dos mais importantes rios de Portugal. Mas quando nasce, no alto da serra da Estrela, não parece sequer ter força para se transformar no grande rio que é. Vamos seguir esta corrente.
Em Portugal é caso único um rio nascer numa fonte à beira da estrada. Assim começa o Mondego, um fio de água no alto da serra da Estrela, a 1425 metros de altitude. Tão pequenino é, tão frágil parece, que os portugueses baptizaram-no de Mondeguinho. Mas depressa se faz rio grande e forte e, ao longo do seu trajeto atravessa três distritos, passa por povoações e cidades importantes como Penacova, Celorico, Nelas e Coimbra.
Acredita-se que as suas águas têm o poder de curar doenças de pele e, por isso, são muito procuradas nas termas de Caldas de Felgueira.
Antes de desaguar, perto da Figueira da Foz, o Mondego alberga várias espécies de aves mais ou menos raras: flamingos, garças-reais, garças-brancas-pequenas e estorninhos-malhados são apenas algumas que vivem ou passam por aqui.
Seguimos a história deste rio num vídeo extraído do documentário “Rios de Portugal” produzido em 1985.
Origem do nome
Os romanos chamavam Munda ao rio Mondego. Munda significa transparência, claridade e pureza. Nesses tempos as suas águas eram assim. Ao longo da Idade Média o rio continuou a chamar-se Munda.
Aspectos físicos e naturais
O rio Mondego tem um comprimento aproximadamente de 258.3 quilómetros[1]. A sua nascente situa-se na serra da Estrela, no sítio de Corgo das Mós (ou Mondeguinho), freguesia de Mangualde da Serra, concelho de Gouveia, a uma altitude de cerca de 1525 metros[1]. No seu percurso inicial, atravessa a serra da Estrela, de sudoeste para nordeste, nos concelhos de Gouveia e Guarda. A poucos quilómetros desta cidade, junto à povoação de Vila Cortês do Mondego, atinge uma altitude inferior a 450 metros. Nesse ponto, inflecte o seu curso, primeiro para noroeste e depois, já no concelho de Celorico da Beira, para sudoeste.
Aqui se inicia o seu curso médio, ao longo do planalto beirão, cortando rochas graníticas e formações metamórficas. Depois de atravessar o concelho de Fornos de Algodres, o rio Mondego serve de fronteira entre os distritos de Viseu, a norte, e da Guarda e de Coimbra, a sul. Assim, delimita, na margem norte, os concelhos de Mangualde, Seia, Nelas, Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Mortágua, enquanto que na margem sul serve de limite aos concelhos de Gouveia, Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova e Vila Nova de Poiares.
Entre Penacova e Coimbra, o rio percorre um apertado vale, num trajecto caracterizado por numerosos meandros encaixados. Depois de se libertar das formações xistosas e quartzíticas, e já nas imediações da cidade Coimbra, o rio inaugura o seu curso inferior, constituído pelos últimos quarenta quilómetros do seu trajecto e cumprindo um desnível de apenas 40 metros de altitude. Nesta última etapa, percorre uma vasta planície aluvial, cortando os concelhos de Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, onde desagua, no oceano Atlântico. Junto à sua foz forma-se um estuário com cerca de 25 km de comprimento e 3,5 km² de área.[2] Nos últimos 7,5 km do seu troço desdobra-se em dois braços (norte e sul), que voltam a unir-se junto à foz, formando entre si a pequena ilha da Murraceira.
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